CORO DE ADOLESCENTES: UM CAMPO FÉRTIL PARA A MÚSICA
CORO DE ADOLESCENTES: UM CAMPO FÉRTIL PARA A MÚSICA
Adolescência é a idade de transformações físicas, sociais, emocionais. Um momento em que a criança percebe que um novo estágio de sua vida chegou e há necessidade de adaptar-se para continuar.
Adolescere é palavra latina que significa crescer. Crescimento com mudanças físicas, reações psicológicas, prolongando-se até uma razoável resolução de identidade pessoal.
A faixa etária que define o período que abrange a adolescência é mutável, variando conforme o ambiente social, econômico e cultural, sendo considerado um período em que acontecem significativas transformações. Apesar de mudanças físicas rápidas e surgimento de novos significados para o adolescente, não há motivo que o impeça de participar da prática coral.
Um dos fatores que poderia dificultar é a mudança de voz. Nas meninas, os sinais da mudança não são tão “perturbadores” quanto nos meninos. Por isso é importante que regentes e preparadores vocais estejam aptos através de estudos, pesquisas para lidarem com essa realidade, entendendo os aspectos fisiológicos e emocionais do adolescente. O processo deve ser conduzido através avaliações periódicas, classificação da voz e, principalmente, inserindo o adolescente no que mais o caracteriza e deseja que é pertencer ao seu grupo etário.
É importante ter em mente que prática coral é um espaço de aprendizagem e que a educação musical através do coro pode despertar talentos, até então, desconhecidos pelos próprios adolescentes. A prática instrumental pode ser desenvolvida, então, se forem utilizados instrumentos variados para acompanhamento do repertório. Assim, os jovens serão estimulados a estudar para participarem da banda (ou orquestra) acompanhante.
Outro aspecto importante é sobre a escolha de repertório adequado aos adolescentes. O regente deve visar não só as características vocais desta faixa etária em virtude da muda da voz, mas também os textos e estilos próprios dos jovens. É vital para o coro que o regente conheça as preferências musicais de seu grupo, adequando, quando possível, à linguagem coral. O corista sentirá que é um agente participativo na construção do repertório. Da mesma forma, músicas de outros estilos, épocas e culturas podem ser apresentadas, num processo de conquista para o novo, para o diferente, no intuito de terem contato com linguagens musicais de outras culturas e tempo. Todos esses fatores devem estar presentes no planejamento e atuação do regente de coro de adolescentes para obter resultados positivos com seu grupo e seu público.
Rosângela Sant’Anna